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A RODA DO ANO

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Mensagem  Saulo Gimenez Ter maio 28, 2013 5:53 pm

A RODA DO ANO

Por: Mario Martinez

A Roda do Ano é a essência de todo o conhecimento pragmático na Wica. Compreender o seu mecanismo é entrar em sintonia com as marés energéticas da Natureza, e já que a Wica é uma religião centrada nas forças naturais, para operarmos no Círculo devemos estar totalmente voltados para os fluxos dessas energias. Na bruxaria, quando operamos um ritual qualquer, precisamos seguir as correntes naturais e não andarmos na contramão dessas forças. Saber utilizá-las é o mesmo que estarmos integrados com a sabedoria ancestral.

Uma das maiores polêmicas atualmente, entre os praticantes de “Wicca” eclética, refere-se à dúvida em seguir a Roda pelo hemisfério norte ou pelo sul. Entretanto, uma das primeiras coisas que devemos saber, é que a Wica é uma religião centrada nos ciclos da Natureza e que utiliza a magia através desses fluxos energéticos. Como veremos detalhadamente mais adiante, os principais fluxos de poder da Roda são a fase crescente e a fase decrescente do ano. Enquanto no hemisfério norte se inicia a fase de crescimento do poder, no hemisfério sul estamos no período de esvaziamento, declínio e morte. Assim sendo, fica um tanto estranho comemorarmos, por exemplo, a morte do Deus em pleno período do início do verão, ou celebrarmos a última colheita de outono ao mesmo tempo em que os campos estão sendo semeados em plena primavera. Isso seria andar contra os movimentos energéticos naturais, uma atitude totalmente contrária à própria essência da bruxaria. Como afirmei anteriormente, Wica é uma religião centrada nas forças da Natureza. Assim, necessitamos navegar com a correnteza do poder, e não contra ela.

Isso explicado observemos detalhadamente os ciclos sazonais do ano, que estão intimamente relacionados com o mito da Deusa e do Deus e seus ritos de passagem, simbolizados pelos ciclos de vida, morte e renascimento.

Para entrarmos verdadeiramente no espírito do mito e reconhecer sua essência prática no mundo que nos cerca e em nossas vidas, temos que olhá-lo com os olhos dos antigos pagãos. Um dos maiores erros cometidos pelos novos pagãos, é o de interpretarem a Roda a partir de conceitos modernos. Se quisermos compreender realmente o maior Mistério wicano, devemos adentrá-lo com o mesmo espírito de nossos ancestrais, e reconheço que isto não é lá muito fácil.

Para nossos antepassados, celebrar a passagem dos ciclos naturais era uma forma de, magicamente, fazer a Roda girar. Longe de representar somente um agradecimento pelas dádivas divinas, o culto colocava em movimento as forças naturais e tudo acontecia a partir do desencadeamento desse poder. Compreendermos esse pensamento é muito difícil atualmente, uma vez que a civilização ocidental esteve por mais de 2000 anos condicionada pela visão religiosa cristã, na qual estamos separados dos ritmos do mundo e do cosmos, não possuindo nenhuma participação no seu desenrolar. Tudo o que se pode fazer é agradecer pelas bênçãos divinas, se formos merecedores.

Entretanto, o pensamento pagão é muito diferente, e o conceito de que estamos totalmente inseridos no contexto universal é muito antigo. No Egito, se o Sol se levantava pela manhã, era porque o culto do despertar divino era realizado nos templos. Se a inundação do Nilo era abundante, devia-se aos ritos efetuados em homenagem a Hapi e a Isis. As celebrações de agradecimento destinavam-se apenas a demonstrar que, através dos rituais realizados, a energia tinha sido posta em movimento.

Lembro-me do tempo em que comecei meu tempo de dedicação em Wica num coven em Newcastle, Inglaterra. Na época do plantio, íamos para os campos e trabalhávamos semeando a terra, para no início da noite celebrarmos Ostara. Em Lammas fazíamos a colheita, enquanto as mulheres cozinhavam o pão e os bolos. Nosso trabalho, a terra, os grãos, tudo tornava-se uma coisa só, e o poder emanava de nossos corpos e da própria terra, fazendo com que a Roda girasse e a vida fosse um todo unificado no qual não havia nenhuma separação entre nós e a Natureza.

Quando o primeiro pão cozido com os primeiros grãos de trigo era colocado sobre o altar, representava o fruto do trabalho e a certeza de que ele nunca faltaria, porque éramos parte inseparável do processo e nosso poder lhe dava continuidade. Afinal, os Deuses estão em nós, e nós neles. Sentir-se parte atuante do equilíbrio natural é também uma maneira de sentir, em sua plenitude, os ciclos de poder em nós mesmos.

Como veremos a seguir, os ritos sazonais que compõem o Mistério maior de Wica, são muito antigos. Os que podem remontar à época Paleolítica são chamados de Sabás Menores e celebram os equinócios e solstícios. Os outros quatro, chamados de Sabás Maiores, são comemorações legadas pelos celtas, ligados aos ritos agrícolas.

Vamos começar por Imbolc, que assinala a fase de crescimento do ano, embora iniciar por qualquer Sabá seja a mesma coisa, já que estamos observando um simbolismo cíclico e perene.

Imbolc assinala o fim do inverno e o próximo despertar da Natureza, que esteve morta durante os meses de inverno. No hemisfério sul, é comemorado a 02 de agosto. Iniciamos um período de aumento de calor, a vida retorna lentamente aos campos e é o tempo de se fazer purificações expulsando as trevas que ainda reinam e preparar o terreno, tanto interior como exterior, para tudo o que pretendemos plantar e colher no ano que se inicia. Aqui a Deusa é representada como uma menina, que traz todas as possibilidades criativas, simbolizando a própria Natureza que renasce. Ela é potencialmente o início de tudo o que se deseja realizar junto com o crescimento do ano. Enquanto as marés de energia ganham força e crescem, tudo o que foi projetado e planejado vai se tornando realidade. A purificação realizada nessa fase visa a preparar o nosso próprio interior, esvaziando-o de todas as cinzas do ano passado e preparando-o para empreender o novo. O crescimento da Deusa menina se reflete no crescimento de nosso eu, tanto a nível material quanto a nível espiritual. O Deus nessa fase, em algumas tradições, também é um menino pequeno, representa o calor do sol que começa a renascer, ainda fraco, iluminando pouco o mundo, mas já com a promessa de trazer a fertilidade e a nova vida. A Deusa vai se preparando para receber as sementes que a fecundarão futuramente, enquanto que o Deus vê sua força ir aumentando gradativamente para fecundá-la.
O Mistério vivido em Imbolc é o do renascimento, o da preparação para a vinda de um novo ciclo vital, e isso se dá não só nos campos, mas também no interior de todos nós. Imbolc é um festival do fogo, e os antigos celtas festejavam a deusa Brigid acendendo fogueiras e tochas, fazendo com que as luzes afastassem cada vez mais as trevas. No interior de cada um, a luz precisa expulsar a escuridão negativa do passado. Quando se afirma que o ciclo vivido pelos novatos para a iniciação é de um ano e um dia, procura-se iniciá-lo em Imbolc, no sentido de que o processo de crescimento espiritual acompanhe o ciclo natural da existência. Desse modo, o novato vivencia o ciclo de vida e morte, sendo iniciado (renascendo) em Imbolc.

Ostara, ou Equinócio de Primavera, é comemorado no hemisfério sul entre 21 e 23 de setembro. Nele, a Deusa é uma linda adolescente, pronta para ser cortejada pelo Deus, que surge como um jovem cheio de vigor. Dias e noites tem duração igual, o que no simbolismo de Ostara significa que a Lua e o Sol percorrem juntos o firmamento e que a Deusa e o Deus estão mais próximos um do outro.
Ostara é um Sabá de fertilidade, é a época do plantio, tanto nos campos quanto no nosso interior. Durante esse período, a terra será preparada para receber as sementes, o Deus aos poucos vai perdendo as características de filho da Deusa para tornar-se seu consorte. Num plano pessoal, tudo aquilo que foi planejado e arquitetado em nossa mente, para ser realizado no ano que começa, é a partir de agora semeado para que frutifique. No Sabá de Ostara, um dos Mistérios a ser vivido é o de que tudo o que é semeado será por nós colhidos inexoravelmente. Aquilo que plantarmos no terreno do nosso espírito, crescerá, frutificará e será colhido. O poder do ano crescente é usado aqui para que impulsione a concretização dos desejos, tornando-os realidade.

Em Beltaine, outro festival solar e do fogo, a Deusa é uma exuberante mulher e o Deus um jovem adulto. Ambos consumam sua união, transmitindo ao Sabá um cunho notadamente sexual. O Sol, cujo poder de luz e calor aumenta cada vez mais, penetra na terra, impregnando-a com as sementes que frutificarão (plantio). No hemisfério sul, Beltaine é comemorado a 31 de outubro e marca o início do verão. Inicia-se a época de maior plenitude e força na Natureza, período em que as marés energéticas de crescimento e poder deverão ser utilizadas para tudo aquilo que queremos construir e engrandecer.
Em contato com a Natureza, podemos traçar um paralelo entre o que acontece fora e o que sucede dentro de nós. Sentimo-nos plenos de poder, com a certeza de que todas as coisas almejadas estão diante de nós.
Com a união mística da Deusa e do Deus, ela engravida dele e guarda no seu ventre sua semente viva.

Litha, ou Solstício de Verão, comemora-se entre 21 e 23 de dezembro em nosso hemisfério. É o dia mais longo do ano e assinala o auge do poderio do Sol e do Deus de Chifres, que atingindo a maturidade, encontra-se na sua plenitude e felicidade. A Deusa encontra-se grávida, assumindo os atributos de Deusa Mãe. Talvez seja a época de maior alegria em toda a Roda, uma vez que vivemos na plenitude do poder e da abundância. Luz e calor trazem o pico de energia traduzido num ritual de fogo e de vida.
Para todos os wicanos, Litha representa a materialização de todas as esperanças. Todos os projetos e pretensões que haviam sido lançados desde a época do plantio começam a se tornar realidade. Notamos desse modo, que o ritual de meio de verão é um processo vigoroso de transição, no qual as realizações ainda não foram colhidas, mas estão quase maduras para tal. Como tempo de transição, percebemos que atingimos o ápice do ano, mas ao mesmo tempo entramos na fase de declínio, na qual a progressão natural é o início do ano decrescente que culminará no Solstício de Inverno.
Na Wica Tradicional, essa fase de transição (tanto o Solstício de Verão quanto o de Inverno) é algumas vezes celebrada através do mito do Rei do Carvalho e do Rei do Azevinho, tema esse que se tem mostrado uma constante em quase todas as religiões da antiguidade, tendo até mesmo sido incorporado pelo cristianismo. Para entendermos melhor esse simbolismo, dividimos a Roda do Ano em duas metades, sendo o Rei do Carvalho o Deus do ano crescente que no Solstício de Verão cede seu lugar ao Rei do Azevinho o deus do ano decrescente. Como vimos, é no ponto mais alto do verão que se inicia o declínio ou o movimento natural em direção ao inverno.
Nessa tradição ancestral, o Rei do Carvalho morre nas mãos do Rei do Azevinho, para renascer no Solstício de Inverno e substituí-lo nos ritos de Yule. Essa rivalidade entre os dois deuses gêmeos, que na realidade são aspectos do próprio Deus Cornífero, girava em torno do amor e das atenções da Deusa. É a própria Deusa, em seu aspecto exuberante e sensual, quem preside à substituição do Rei do Carvalho por seu gêmeo sombrio, símbolo da decrepitude.
Na Bruxaria Tradicional Gardneriana, Litha possui o aspecto de ritual do fogo e da água, um representando o poder fertilizador encarnado no Deus, e o outro o poder a ser fertilizado representado pelo Caldeirão de Ceridwen e pela Deusa. Como Sabá solar, Litha era visto como um dos maiores festivais na Europa antiga. Alguns autores afirmam que a tradição dos ritos solares foi trazida para a Península Ibérica pelos árabes e mouros que lá se estabeleceram durante séculos. De qualquer maneira, era a época em que inúmeras fogueiras eram acesas por toda a parte. O antigo costume de acender fogueiras no Solstício de Verão era muito comum no Marrocos e na Argélia. Essas fogueiras eram acesas nos pátios das casas, praças, ruas e nos campos, onde eram encontradas grande variedade de ervas que produziam uma fumaça agradável, entre elas a arruda, tomilho, camomila, gerânio, etc. O costume local era passar pela fumaça das fogueiras, saltando-as sete vezes, já que acreditava-se que elas tinham propriedades curativas e proporcionavam fertilidade.
Outra tradição que remonta a épocas muito antigas, e que está ligada aos ritos de fertilidade do Solstício de Verão, refere-se a realizar o Sabá de Litha “vestido de céu” (nudez ritual). Antigamente, era costume que as mulheres dançassem nuas pelos campos na véspera do solstício para que colheitas abundantes fossem asseguradas. Elas cavalgavam suas vassouras pelas plantações, pulando até a altura que as colheitas deveriam crescer. Tal costume continuou até nossos dias, quando se faz uma paródia desse ritual, com danças de fertilidade no Círculo.

Com Lammas ou Lughnasadh, comemoramos as primeiras colheitas e a chegada do outono. Em nosso hemisfério é celebrado a 02 de fevereiro, e assinala o início do declínio do poder solar e do próprio Deus, que se torna um homem velho. Como Sabá centrado nos ciclos agrícolas, Lammas é importantíssimo, no sentido em que registra o sacrifício divino em prol da humanidade. O Deus doa sua força e seu poder, assumindo o papel de mantenedor e protetor da vida. O Deus é o fruto do ventre da Mãe, representa o trigo maduro pronto para o corte. Ele é ceifado, transformado em pão e consumido. Os produtos naturais, como o trigo e as uvas, são os maiores representantes desse momento místico, pois transformados em pão e vinho, encarnam a essência do Deus sacrificado, oferecida no Sabá. Comer do pão e beber do vinho é o mesmo que ingerir a essência divina do Deus de Chifres, que deu a sua vida para nos prover de alimentos. O alimento sagrado e místico, compartilhado em comunhão no Círculo, é um dos mais antigos ritos da bruxaria, e que mais tarde foi usurpado pelo cristianismo.
Como tempo de colheita, devemos refletir que tal simbolismo se traduz em realizações tanto materiais quanto espirituais. Começamos a colher tudo aquilo que plantamos no início do ano crescente, agora transformado em realizações concretas e existenciais. Ao doar sua força e sua vida, o Deus enfraquece. Como uma época de enfraquecimento de poder, é o tempo ideal para realizarmos banimentos e afastarmos coisas indesejáveis, tanto a nível material quanto espiritual. O que desejamos ceifar de nossa existência? Trata-se de aproveitarmos a maré vazante do ano para fazermos com que determinadas coisas que não mais queremos, sejam arrastadas pelo turbilhão natural de declínio.
Enquanto o Deus se transforma num homem velho, a Deusa, por sua vez também se transforma numa mulher mais velha. A Natureza começa a enfraquecer, o calor do sol diminui, a exuberância da vegetação anterior cede lugar a uma paisagem mais amena, na qual se prevê ao longe a vinda do inverno.

Mabon, ou Equinócio de Outono, é comemorado entre 21 e 23 de março. Marca o fim das colheitas que irão garantir a sobrevivência durante os meses de inverno. As noites e os dias se igualam novamente e a Deusa e o Deus são anciãos, apesar dela ainda trazer no ventre o fruto de sua união sagrada. O Deus prepara-se para a morte, enquanto a Deusa assumirá uma fase de recolhimento, durante a qual aguardará a vinda da Criança da Promessa.
É o tempo final de escoamento das forças energéticas, mas num nível mais perigoso. Utilizar as energias de declínio em Mabon requer muita prática na Arte. A origem dos ritos de Mabon é muito antiga e é quase certo que os celtas o tenham assimilado através de contatos com os gregos. Nas antigas lendas de Perséfone, encontramos ecos longínquos desse simbolismo. O Mito da Descida da Deusa também nos remete a antigas celebrações realizadas em Eleusis, onde a Deusa descia às profundezas da terra para encontrar o Deus, surgindo novamente mais tarde para conceber o Filho da Promessa, que renascia como a garantia do retorno da fertilidade e da vida.
O período de recolhimento traduz-se no próprio recolhimento da força da Natureza. As árvores começam a perder suas folhas, os campos novamente estão sem vida, e o clima torna-se mais frio. Tal recolhimento deverá ser observado também em nosso interior, e devemos nos preparar para encararmos um novo e duro ciclo de declínio e morte.

Samhain assinala o final do ano celta e o início de um tempo de trevas, o início de uma lacuna entre o último dia do ano e o Yule, época de incertezas sobre o retorno da vida, de longas noites e dias curtos. No hemisfério sul, é cultuado no dia 01 de maio. O Deus de Chifres “morre”, e é pranteado pela Deusa. É o fim de um ciclo, e a morte é um momento importante de reflexão. Em termos energéticos, a existência parece submergir num buraco negro sem fundo, no qual as tênues cortinas entre os mundos proporcionam uma ligação nítida com os ancestrais e com a própria energia em declínio. Na Bruxaria Tradicional Gardneriana, o Mistério vivido em Samhain é a morte e a promessa de renascimento. A morte chega, mas a semente da vida está latente no útero da Deusa.

Yule, ou Solstício de Inverno, é a noite mais longa do ano, e no hemisfério sul é comemorado entre 21 e 23 de junho. A Criança Divina nascerá da Mãe, num simbolismo claro de que após a noite mais longa e de maior escuridão do ano, há um prenúncio da vinda da fase de crescimento e revitalização. A vida sempre renasce. A semente rompe sua casca na escuridão da terra, fazendo surgir à raiz e o pequeno talo.
No simbolismo dos Mistérios wicanos, em Yule devemos estar preparados para romper com a nossa inatividade. A semente representa o estado de latência e imobilidade pelo qual todos nós passamos ao final de um ciclo na vida. A grande dificuldade é romper com a falsa segurança da semente, que tem todas as possibilidades em si mesma de se tornar uma grande árvore. Aqui, precisamos fazer uma difícil escolha: permanecer seguros, protegidos pela casca da semente, ou enfrentar as dificuldades do lado de fora. Entretanto, na segurança da semente não existe vida. A vida só é possível quando saímos e nos expomos às intempéries. Em termos iniciáticos, representa a saída da escuridão protetora da ignorância para a luz.

Nas antigas tradições misteriosas de Wica, todo o ciclo da Roda do Ano pode ser compreendido a partir dos processos interiores e psicológicos que vivemos à medida que vamos caminhando e progredindo no aprendizado. É por essa razão, que a Roda é chamada muitas vezes de Roda Iniciática. Muitas pessoas acreditam que isso se deve ao fato de que devemos passar pelos oito Sabás para sentir as marés de poder do ano, mas não se trata somente disso. No simbolismo dos oito Sabás sazonais, encontramos todas as relações possíveis com nosso próprio aprendizado e evolução, nos identificando mais e mais com a Deusa e com o Deus.

Para podermos operar com nossas energias no Círculo, precisamos compreender perfeitamente esses fluxos de poder. Unindo nosso poder pessoal às marés energéticas dos ciclos naturais, estaremos promovendo nosso próprio crescimento interior e espiritual.

Assim sendo, sem entendermos completamente as marés de poder não poderemos operar magia em Wica. Infelizmente, não posso me aprofundar mais no assunto, mas o que aqui foi exposto já permite uma maior reflexão e compreensão da importância da Roda do Ano no processo de iniciação e posterior atuação como sacerdotes e sacerdotisas wicanos.

Texto Extraído do site: http://www.wiccagardneriana.net/home.html
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